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1970-01-01 00:00

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Tornado em Folgosa (Maia) 20 Novembro 2016 – 23:20 UTC

 

Enquadramento sinóptico

Uma depressão baroclínica centrada a sul da Ilhas Britânicas, com 985 hPa em 47 N 10 W às 00UTC do dia 21 de Novembro de 2016, tinha associada uma superfície frontal fria bem definida, com forte gradiente da temperatura da massa de ar, com tetasw entre 15ºC no sector quente e 7ºC no ar frio pós-frontal e forte gradiente de humidade, com total de água precipitável superiora a 25 mm no sector quente e inferior a 15 mm em ar frio.

Esta superfície frontal estava associada à corrente de jacto e apresentava fortes movimentos verticais, com valor do índice de instabilidade de Jefferson superior a 32 ºC.

A sondagem prevista para o Porto às 00 UTC do dia 21 mostra uma massa de ar potencialmente instável e quase saturada desde a superfície até cerca de 3500 metros de altitude, aos 650 hPa, com CAPE de valor pequeno, 12 J/kg e TPW de 24 mm. Destaca-se o shear do vento, com a intensidade a aumentar acentuadamente com a altitude nos níveis baixos, embora não haja veering.

 

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Observação satélite

As imagens RGB massa de ar e microfísica noite, às 00 UTC, permitem distinguir que a nebulosidade com forte desenvolvimento vertical organiza-se ao longo de uma linha estreita correspondendo à superfície frontal fria descrita, que à hora da observação se encontra a leste do local onde ocorreu o tornado, embebida numa  massa de nuvens baixas.

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Observação radar

As imagens de radar mostram no campo da refletividade uma linha organizada com ondulações que se pode identificar como um “sistema convectivo quase linear” (QLSC) com desenvolvimento vertical pouco expressivo. Nesta estrutura formam-se vários vórtices que correspondem aos dipolos de rotação nos níveis baixos que se podem observar na imagem PPI (indicador de posição plana, elevação de 0.0°) da velocidade em relação à tempestade, às 23:16 UTC do radar de Arouca. O dipolo de rotação com movimento de sentido ciclónico que se indica a vermelho pode ser identificado nas imagens anteriores desde as 22:50 UTC, quando estava ainda sobre o mar, verificando-se que evolui para nordeste, direcção 245º, a uma velocidade de cerca de 70 Km/h, dissipando-se às 23:46 UTC depois de ter dado origem ao tornado em Folgosa, local assinalado com X.

 

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Tornado em Folgosa

O tornado ocorre cerca das 23:20 UTC, em Folgosa, conselho da Maia.

O remoinho foi visto e testemunhas referem um intenso barulho, que parecia um tremor de terra. Causou danos em 16 habitações de 1 ou 2 pisos, entre as quais algumas vivendas recentes de boa construção, afetando em particular as casas localizadas de um dos lados da Rua do Olheiro. Destruiu chaminés, levantou os telhados e destruiu marquises. Numa casa mais antiga levantou os barrotes de madeira mais pequenos do travejamento do telhado.

Arrancou árvores pela raiz, dobrou estruturas de sinais, houve pássaros esmagados contra as janelas. A piscina de uma propriedade privada ficou cheia de destroços provenientes de mais de 500 metros de distância. No terreno agrícola localizado no extremo sudoeste do trajeto houve também deposição de grande quantidade de destroços e a terra ficou com marcas da passagem do tornado. Na Siderurgia não se registaram danos.

Há referência a outras ocorrências com danos semelhantes mas em menor dimensão em lugares vizinhos.

Não houve feridos.

O trajeto estimado do tornado tem comprimento de 500 metros. A concentração de destroços na parte sudoeste do rasto sugere que o movimento do tornado é de nordeste para sudoeste, em sentido oposto ao do movimento do fluxo.

Os efeitos produzidos permitem calcular que teve intensidade F1 /T2.

 

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