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2017-03-15 18:29

2017-03-15 18:29

Fenómeno costeiro

Nevoeiro. Produto de visualização RGB natural colour

Introdução: O nevoeiro persistente em Trás-os-Montes e Beira Alta é um fenómeno frequente em situações muito estáveis como a que aconteceu entre os dias 23 e 27 de dezembro de 2016.Também no produto RGB natural colour é possível identificar o nevoeiro e as nuvens baixas.

Análise do dia 27 de Dezembro de 2016

No dia 27 de dezembro de 2016 a situação sinóptica caracterizava-se por um anticiclone localizado a sueste das Ilhas Britânicas estendendo-se em crista em direção à Europa Central e arquipélago da Madeira, com um núcleo localizado no nordeste transmontano e Zamora, padrão típico de ocorrência de nevoeiro persistente no nordeste transmontano e na Beira Alta.

Também em altitude sobre a Península Ibérica se situava uma crista anticiclónica, evidenciando uma situação muito estável desde a superfície até aos níveis altos da troposfera. A previsão do estado do tempo para este dia era assim de nevoeiro a persistir nestas regiões, como aliás vinha acontecendo já a alguns dias com emissão de aviso de nível amarelo de nevoeiro.

O nevoeiro e as nuvens baixas podem ser identificados no produto RGB natural colour através da cor cizenta clara.

Este produto RGB natural colour é composto pelos dados dos canais IR1.6, VIS0.8 e VIS0.6.

Nuvens baixas com água líquida e nevoeiro visíveis a cinzento-claro devido à elevada refletância das nuvens nos 3 canais.

Além de permitir a classificação de nuvens em geral, e até a deteção de neve, este produto revela-se eficaz na deteção da existência de nevoeiro e nebulosidade baixa assim como o acompanhamento da sua evolução.

O produto RGB natural permite também identificar neve ou gelo no solo ou cirros com gelo (nuvens altas) que surgem na imagem com a cor azul ciano devido à pouca ou nenhuma contribuição do NIR 1.6 (fraca reflectância da neve ou gelo nesta banda) – pouca componente vermelha; devido à forte contribuição de VIS0.8 (forte componente verde); forte contribuição de VIS0.6 (forte componente azul).

Podemos identificar na imagem a cor azul ciano nos Pirinéus, na Serra Nevada e nos Alpes.

Este produto RGB tem o nome de natural colour por dar uma imagem próxima da real da terra vista do espaço com a superfície terrestre a castanho e as zonas de vegetação a verde.

A cobertura vegetal surge a verde devido à menor reflectância da vegetação na banda do NIR1.6 do que na banda VIS0.8 (fraca componente vermelha); devido à maior reflectância da vegetação no canal VIS0.8 (forte componente verde); e à menor reflectância da vegetação na banda VIS0.6 do que na banda VIS0.8 (fraca componente azul).

As zonas do solo sem vegetação e os desertos surgem a castanho devido às maiores contribuições dos 3 canais do que em zonas com vegetação, mas em especial do NIR1.6 (maior componente vermelha).

Finalmente o oceano surge a preto devido à fraca reflectância nos 3 canais: