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2016-06-03 15:48

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Nevoeiro no Porto, 18 Fevereiro 2016

 

 

 

 

Enquadramento sinóptico

 

Um intenso anticiclone localizado a oeste dos Açores (com pressão superior a 1046 hPa em 40N 35W às 12 UTC) força a circulação de um fluxo de norte à superfície sobre o território do Continente, que sofre também a influência da aproximação do vale pós-frontal nos níveis altos da troposfera. A massa de ar é pós-frontal fria, com tetasw 4 ºC sobre o Porto.

O tefigrama do Porto às 6 UTC mostra a tropopausa alta, cerca de 9000 m de altitude numa massa de ar frio, com isotérmica de 0ºC a cerca de 900 hPa, o que corresponde a 1100 metros de altitude, estável, seca e com baixo teor em água precipitável, cerca de 9 mm. Nos níveis mais baixos o tefigrama mostra ar seco, sendo a depressão do ponto de orvalho quase 10 ºC, isto é sem condições para haver saturação.

 

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Observação satélite

A imagem de satélite do visível de alta resolução mostra às 08:30 UTC cúmulos com pouco desenvolvimento na massa de ar frio pós frontal sobre o Atlântico. Nas regiões Norte e Centro do território do Continente o céu encontra-se pouco nublado ou limpo mas com nevoeiro ao longo de alguns vales.

Nestas circunstâncias o nevoeiro só se encontra a uma escala sub-sinóptica que não se reflete nas cartas e no tefigrama do ECMWF apresentados. Apesar de massa de ar não apresentar características associadas à formação de nevoeiro, localmente, nos vales dos rios, a temperatura do ar desce até ao valor do ponto de orvalho dando lugar à formação de nevoeiro, devido ao efeito conjunto dos seguintes factores: maior disponibilidade de humidade devido à presença do rio; abrigo do vento; movimento descendente do ar frio para as cotas mais baixas no vale; ciclo diurno da temperatura com elevada perda por radiação em céu limpo durante a madrugada.

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Observação à superfície

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A fotografia, tirada no Porto às 08UTC, mostra o nevoeiro sobre o Rio Douro, estendendo-se para a cidade.

 

Agradeço a SNIFA, autor da fotografia publicada no fórum METEOPT.PT